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TADEU STANGHERLIN:direto da produção.
Adoro a minha Universidade espero continuar a representa-la bem e sempre...
Aqui o texto da entrevista na integra:
Destaque entre os novos talentos do segmento, o estilista criou looks para a apresentadora Tata, a top Alessandra Ambrosio, as cantoras Claudia Leite e Ivete Sangalo, entre outras.
1.Nome, idade e quando você se formou?
Tadeu Stangherlin Damo, 29 anos, formado em 2008 no curso de Moda com habilitação em estilismo.
2. Quando e como foi o seu primeiro contato com a moda?
Comecei desenhando por uma Coca-cola. Eu era uma criança que tinha muita facilidade para transformar idéias em desenhos. Na minha cidade, havia costureiras que me chamavam para ilustrar o que suas clientes tinham em mente, a fim de que a confecção da roupa ficasse mais precisa e as mulheres se sentissem especiais. Depois do atendimento, eu podia ir até a lanchonete pedir refrigerante à vontade como pagamento. Na época eu não entendia muito bem o que estava fazendo, mas ficava maravilhado em ver as roupas prontas nos eventos e festas, e ser chamado de pequeno estilista deixava minha mãe orgulhosa. Nesse mesmo tempo, passava as tardes brincando com os retalhos e aprendendo a modelar. Com quinze anos, eu mesmo já costurava.
3. Qual a importância da formação acadêmica no seu trabalho como estilista?
É de suma importância, é primordial. Foi na academia que realmente aprendi a coordenar e fazer da minha paixão um oficio diário. Nem tudo na vida real é como na faculdade mas já me deparei com muitas situações idênticas. Todos os dias preciso ser criativo e funcional, independentemente de qualquer turbulência e essa constância vem das aulas, dos books e da paciência dos meus professores. O curso de Moda é visto com excelência e também me abriu inúmeras portas. Já estive apresentando produtos em vários estados e o nome da UDESC sempre gerou a credibilidade necessária para firmar os projetos.
4.Fale um pouco sobre a sua marca, a Tadeu Stangherlin. Como surgiu a idéia e como foi colocá-la em prática?
Veio da experiência com o trabalho em outras empresas e da formação empreendedora que recebi na universidade. Também se tornaram freqüentes as encomendas de roupas para shows, casamentos e formaturas, assim fluiu naturalmente a proposta da minha família de trabalhar uma roupa em série para butiques. Hoje, além da modelagem, acompanho toda a equipe em tempo integral, desde a pilotagem até a representação pois entendi que o maior manifesto para o sucesso da moda é o trabalho.
5.Como você vê o cenário catarinense atual, em relação à moda? É um espaço favorável para novos designers?
O cenário é bem acessível, mas falta valorizar o produto local. Há sim, uma cultura de moda no estado, mas ainda muito elitizada ou industrial. Também ocorre um fenômeno de inversão: os lojistas procuram trazer marcas de outros estados, enquanto a nossa roupa segue para estes mesmos lugares. É uma espécie de troca de referências que ainda agrada o cliente. Ainda é preciso abrir caminhos para uma cena autoral com referências nossas, mas eu e muitas pessoas, no nosso dia-a-dia, levantamos essa bandeira. Gostaria de avisar aos novos designes que o sol brilha para todos, mas cada um na sua praia. É importante que se preparem muito e de forma focada, aliando seu talento a uma visão de mercado.
6.Você já realizou trabalhos para empresas com grande visibilidade na mídia, como a criação do vestuário para a campanha da Ipanema no Planeta Atlântida deste ano. Como é conciliar o trabalho autoral às necessidades específicas dos clientes?
Realmente, esses projetos são longos e complexos. Eu, como criador, estudo exaustivamente pois são necessidades diferentes para cada uma das peças, acessórios, estampas etc. São justamente as necessidades dos clientes que desembaraçam a criação e fazem abrir uma nova janela de idéias, independentemente do que a empresa esteja executando naquele período. Nesse momento, o grande facilitador é o desenho que otimiza o tempo. Depois da visualização, as idéias são todas pilotadas e enviadas. Enfim aprovadas, começamos a reprodução. A quantidade também agiliza o processo e a logística da facção precisa estar pronta para finalizar os produtos. Nesses períodos, me divido em duas frentes de trabalho: pela manhã, acompanho a equipe das campanhas e à tarde, dou continuidade às coleções da marca com outro grupo. Além disso, temos que pensar sempre na estação futura, ou seja, em pleno verão, criamos roupas de inverno e assim por diante, o que acaba sendo um grande aprendizado para todos os envolvidos.
7. A moda é um espaço ligado a manifestações efêmeras. O que é preciso para que o trabalho do estilista não se torne refém das constantes mudanças?
Hoje esse é um fenômeno constante. Eu me esforço para trabalhar um vestuário que esteja ligado às macrotendências, mas sem me dispersar do meu próprio estilo. Sempre é preciso se reinventar a cada coleção, mas a base, o traçado da costura deve permanecer para dar uma identidade ao produto. A cada novo modelo, tento registrar a proposta da moda atemporal, que não abre mão dos modismos, mas também não é descartável para a próxima estação.
8. O que você diria para jovens e recém-formados estilistas que estejam iniciando a carreira e queiram trabalhar com moda autoral?
O primeiro passo é entender que não somos a moda apenas trabalhamos para ela. O estilista deve ser um visionário que tem o papel de construir o novo humildemente. Ser ousado, não ter medo e não ser orgulhoso.
Se você acorda pensando em roupa, passa o dia todo planejando isso e, quando dorme, ainda sonha com roupa: Parabéns! Pode se dedicar à carreira. E, se necessário, abra mão dos fins de semana, de férias longas e prepare-se para representar seu produto com o que você tem de melhor.
BLOG: tadeustangherlin.blogspot.com
SITE: stangherlin.net@hotmail.com
